“LIESGES: Uma Instituição que Exige Urgente Fiscalização pelo Ministério Público do ES”

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O financiamento e a utilização de verbas públicas por parte da Liga Independente das Escolas de Samba do Estado do Espírito Santo (LIESGES) é um tema de relevância significativa para a transparência e a gestão responsável dos recursos. A LIESGES recebe, anualmente, verbas oriundas de diferentes fontes, incluindo emendas parlamentares, patrocínios de órgãos públicos como a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), o Governo do Estado e instituições como o Banestes. Além disso, conta com apoio de empresas privadas e receitas provenientes da venda de ingressos, camarotes corporativos, camarotes comerciais, lounges e outras parcerias comerciais que geram muita grana nos cofres da LIESGES.

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Destinação das Verbas Públicas

A verba pública destinada à LIESGES tem como objetivo o fomento cultural e a promoção do Carnaval, evento de grande relevância para o turismo e a economia local.

 Entretanto, a forma como esses recursos são geridos e aplicados pela Liga levanta questionamentos sobre a transparência e a fiscalização desse processo. Em muitas ocasiões, membros da sociedade expressam preocupação quanto ao uso das sobras de verbas e a destinação de uma porcentagem retida nos cofres da LIESGES. 

A falta de clareza sobre o gerenciamento desse montante e a alocação de recursos geram suspeitas e pedem maior escrutínio do MPES.

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Fiscalização e Controle

O papel do Ministério Público na fiscalização do uso de dinheiro público é essencial para garantir que as verbas destinadas à LIESGES sejam usadas de forma adequada e transparente. A atuação do MPES deve incluir a investigação de possíveis desvios de recursos, abuso de poder e perpetuação de cargos na estrutura administrativa do Carnaval capixaba. Casos em que representantes da LIESGES e presidentes de escolas de samba aparentam ostentar um padrão de vida incompatível com suas funções, como viagens frequentes, aquisição de veículos de luxo e outros gastos vultosos, reforçam a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa.

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Ciclo Vicioso de Poder

Outro ponto de destaque é a perpetuação de dirigentes no comando de escolas de samba por décadas, criando um ciclo de poder que pode dificultar a renovação democrática e transparente das lideranças. 

A falta de eleições populares e limpas dentro das agremiações reforça essa estagnação e limita a participação ativa das comunidades, que deveriam ter voz e voto para definir os rumos de suas respectivas escolas de samba.

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Responsabilidade com Dinheiro Público

Dinheiro público exige responsabilidade e transparência. A fiscalização por parte dos moradores e do Ministério Público é vital para garantir que os recursos destinados ao Carnaval sejam usados de forma a beneficiar a cultura e as comunidades que vivem e respiram essa tradição. O Carnaval não pode ser um meio para o enriquecimento pessoal de poucos, mas sim um evento coletivo que impulsione o desenvolvimento social e cultural.

Patrocínios e Receitas Adicionais

Além das verbas públicas, a LIESGES também obtém recursos significativos através de patrocínios de empresas e instituições como:

Rede Gazeta

Amstel

Absolut

Brasil Ticket

Atacadão Real

Banestes

Prefeitura Municipal de Vitória

Governo do Estado do Espírito Santo

 

A gestão eficiente e transparente dessas receitas é igualmente necessária para assegurar que todos os recursos sejam aplicados de maneira a fortalecer o evento e suas comunidades, ao invés de se tornarem fonte de privilégios para poucos.

A comunidade e as entidades de fiscalização devem trabalhar juntas para garantir que o Carnaval capixaba se mantenha como um evento cultural autêntico e acessível, com uma gestão que respeite o princípio da transparência e do uso responsável do dinheiro público.

TRANSPARÊNCIA NA LIESGES É NECESSÁRIO 

A questão sobre o uso dos recursos obtidos pela LIESGES é importante para entender como a entidade gere os fundos arrecadados, especialmente considerando que, segundo informações, a Prefeitura de Vitória cobre os custos principais da produção do carnaval.

Fontes de Receita da LIESGES:

Venda de camarotes, lounges e ingressos: Essa venda gera uma receita considerável, que, conforme mencionado, pode ultrapassar 2 milhões de reais.

Patrocínios: Contratos com patrocinadores também contribuem significativamente para aumentar o caixa da LIESGES.

Transparência e Prestação de Contas: É essencial que a LIESGES apresente relatórios detalhados sobre a gestão de seus recursos para garantir a confiança do público e a legitimidade de suas atividades. Sem essa transparência, surgem questionamentos sobre a destinação e uso dos lucros obtidos.

Caso não haja clareza sobre o que é feito com esse dinheiro, seria importante que autoridades do Ministério Público (MPES) iniciasse uma fiscalização e a sociedade civil solicitassem auditorias e relatórios financeiros para entender melhor a aplicação desses recursos e assegurar que eles estão sendo usados de forma justa e em benefício da comunidade carnavalesca e cultural.

 

Até o momento, não há informações amplamente divulgadas sobre a existência de um canal de transparência pública específico da LIGA LIESGES (Liga Independente das Escolas de Samba do Estado do Espírito Santo). Contudo, considerando que a LIESGES recebe verbas públicas e recursos de patrocinadores, ela estaria sujeita a obrigações de transparência, como qualquer outra entidade que receba dinheiro público, especialmente em relação à prestação de contas dos recursos que recebe.

Algumas das medidas de transparência que poderiam ser implementadas pela LIESGES incluem:

1. Publicação de Relatórios Financeiros: Um canal de transparência poderia disponibilizar anualmente ou periodicamente relatórios financeiros, demonstrando a origem e a aplicação das verbas recebidas, incluindo patrocínios e recursos públicos.

2. Portal de Transparência: A LIESGES poderia criar um portal online, onde qualquer cidadão pudesse acessar informações sobre o uso das verbas públicas, contratos, compras e outras movimentações financeiras.

3. Auditorias Externas: A realização de auditorias independentes, cujos resultados fossem tornados públicos, seria uma forma eficaz de garantir a transparência e o bom uso dos recursos.

4. Divulgação de Editais e Contratos: A divulgação de editais para patrocínios, contratos com fornecedores e outros documentos relevantes poderia aumentar a confiança da população na administração da LIESGES.

Se esse tipo de canal de transparência não estiver disponível, seria importante que a sociedade e órgãos competentes, como o Ministério Público, pressionassem pela criação de mecanismos que garantam a devida prestação de contas sobre o uso dos recursos públicos envolvidos no Carnaval capixaba.

A criação de tais canais também ajudaria a responder questões como: Como são gerenciadas as contas bancárias da LIESGES? ou Quais são os critérios de distribuição dos recursos públicos e privados?

Essas iniciativas não só atenderiam às exigências legais, como também fortaleceriam a confiança pública na gestão da Liga.

A perpetuação de presidentes à frente das escolas de samba por mais de 30 anos é um fenômeno que pode ser descrito como uma verdadeira monarquia nas agremiações, onde uma única figura exerce um poder absoluto por várias décadas. Essa situação levanta diversas questões sobre a renovação democrática nas escolas de samba e o controle de recursos associados ao evento.

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A pergunta que surge é: por que esses presidentes não desgrudam das escolas de samba? A resposta pode estar em uma combinação de fatores. Em muitas escolas, esses líderes possuem um controle absoluto sobre as finanças, a escolha de fornecedores, os patrocinadores e até mesmo as decisões estratégicas relacionadas ao desfile e à organização do Carnaval. Essa centralização de poder cria uma estrutura difícil de ser desafiada, já que muitos dos envolvidos nas escolas de samba — desde os componentes até os patrocinadores — podem temer mudanças que alterem esse status quo.

Além disso, os presidentes de longa data frequentemente estabelecem relações pessoais e políticas que os mantêm no poder. São líderes carismáticos, com forte influência dentro da comunidade e com conexões políticas e empresariais que lhes garantem apoio e recursos financeiros. Em muitos casos, não há uma estrutura democrática de eleição para cargos de liderança nas escolas, o que limita a participação ativa dos associados e das comunidades na escolha de seus dirigentes.

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A Rentabilidade de Ser Presidente de uma Escola de Samba

Outra questão relevante é: será que é tão rentável assim mexer numa escola de samba como presidente por mais de trinta anos? 

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A resposta parece ser sim, e pode ser vista sob diferentes perspectivas:

1. Controle de Recursos Financeiros: Os presidentes têm controle sobre grandes quantias de dinheiro, que provêm de recursos públicos (emendas parlamentares, patrocínios de governos e empresas) e de fontes privadas (patrocínios comerciais, vendas de ingressos, camarotes, entre outros). Isso dá a esses líderes um poder econômico considerável, tanto em termos de gestão dos recursos quanto em termos de influenciar decisões dentro e fora da escola de samba.

2. Poder Político e Social: Ser presidente de uma escola de samba não se resume a questões financeiras. Essas posições frequentemente vêm acompanhadas de um alto grau de influência política. Os presidentes podem se beneficiar de seu poder dentro da comunidade e na política local, estabelecendo alianças com figuras públicas, criando estruturas de apoio dentro do governo e garantindo acesso a recursos e benefícios em várias esferas.

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3. Prestígio e Status: A posição de presidente de uma escola de samba também traz um elevado prestígio e status social, especialmente nas cidades onde o Carnaval é um evento cultural e turístico de grande porte. Isso pode resultar em vantagens pessoais, como reconhecimento público, acesso a benefícios e um estilo de vida que, de outra forma, poderia ser inacessível.

4. Interesses Empresariais: Em alguns casos, os presidentes também podem ter interesses empresariais diretamente ligados ao funcionamento das escolas de samba, como contratos de fornecimento de serviços ou produtos durante os desfiles. Essa conexão entre poder e lucro pessoal pode ser um fator que os mantém no cargo por tanto tempo.

O Impacto da Falta de Renovação

A perpetuação de líderes nas escolas de samba, por mais de três décadas, pode resultar em um ciclo vicioso onde a falta de renovação prejudica a inovação e a transparência. O acúmulo de poder nas mãos de poucas pessoas pode levar a práticas de clientelismo, falta de transparência na gestão financeira e uma ausência de fiscalização por parte da comunidade.

A falta de eleições democráticas também significa que muitas vezes as decisões sobre o futuro da escola de samba são tomadas sem o envolvimento real da comunidade ou dos membros, o que enfraquece o caráter participativo e democrático da agremiação. Isso limita a diversidade de ideias e impede que novas lideranças e projetos inovadores surjam.

CONCLUSÃO 

Portanto, a razão pela qual alguns presidentes de escolas de samba se perpetuam no poder por tanto tempo pode ser explicada por um combinação de poder político, econômico e social que esses líderes detêm ao longo dos anos. A falta de um sistema democrático de gestão nas escolas de samba, com eleições justas e transparentes, dificulta a renovação das lideranças, criando uma estrutura que beneficia exclusivamente os que estão no topo.

Essa situação exige uma reflexão mais ampla sobre como as escolas de samba devem ser geridas e quais mecanismos de controle e fiscalização são necessários para garantir uma gestão mais transparente e acessível, que respeite o espírito democrático e a importância cultural dessas agremiações.