“Por que o vereador Davi Esmael se calou sobre o uso de verbas públicas para uma instituição privada do Carnaval Capixaba?”

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O silêncio do vereador Davi Esmael (Republicanos) sobre o financiamento público das escolas de samba em Vitória levanta questionamentos, especialmente à luz de seu histórico combativo nesse tema. Durante a gestão do ex-prefeito Luciano Rezende (PPS),  Davi Esmael se posicionou firmemente contra o uso de verbas municipais para a Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo (LIESGES). 

Ele defendia que o carnaval, sendo um evento cultural de grande apelo e retorno financeiro, deveria buscar patrocínio próprio, sem recorrer aos cofres públicos.

 Na época, o vereador era vocal, iniciando campanhas nas redes sociais e levando o debate ao plenário da Câmara Municipal, argumentando que uma profissionalização da LIESGES poderia aliviar a carga sobre o orçamento público.

DAVI ESMAEL REAFIRMA  POSTURA CONTRÁRIA À DESTINAÇÃO DE VERBAS PÚBLICAS AO CARNAVAL CAPIXABA 

O vereador de Vitória Davi Esmael entrou em contato com a reportagem da REDENEWSGRANDESVITÓRIA reiterando que sua posição e seus princípios ainda são os mesmos e que não mudou em relação às verbas públicas destinada ao carnaval Capixaba.

A reportagem da Redenewsgrandevitória que questionou o suposto silêncio de Davi Esmael teve grande repercussão no cenário Capixaba e desta forma o vereador se manifestou reafirmando seus princípios de ética e opinião contra o emprego de verbas públicas para o carnaval uma vez que Ismael entende que o carnaval lucra com muitas coisas como venda de Camarotes, Lounges, ingressos, patrocínios de Cervejarias entre outros patrocinadores.

“Minha posição sobre o financiamento público do carnaval continua firme: sou contra. Acredito que os recursos públicos devem ser aplicados em prioridades essenciais que atendam a todos, e não em eventos que, embora culturais, são fechados e cobram ingresso. É inaceitável que todos paguem para que alguns aproveitem, enquanto a liga lucra. Meus princípios e valores são inegociáveis, e continuarei defendendo o uso responsável do dinheiro público, disse Davi Esmael.

A mudança de postura, no entanto, é evidente. Recentemente,   Davi Esmael não apenas deixou de fazer pronunciamentos públicos sobre o tema como também tem demonstrado uma falta de empenho em manter o debate na Câmara. 

Essa ausência levanta dúvidas: estaria o vereador alinhando-se a interesses específicos ou simplesmente optando por uma postura mais moderada?

 

Tal mudança gera especulações sobre suas motivações e compromissos atuais, principalmente considerando o peso econômico do carnaval para Vitória e o impacto que o uso de recursos públicos tem sobre os contribuintes.

 O então Presidente da Câmara de Vitória Davi Esmael, devolveu R$ 3 milhões para a prefeitura de Vitória em 2021

Para muitos, o carnaval é um evento cultural de enorme importância para a identidade capixaba e a economia local, atraindo turistas e gerando empregos temporários.

No entanto, o financiamento público de eventos privados sempre desperta debates sobre a responsabilidade fiscal.

 Em 2020, o próprio Davi Esmael argumentava de forma contundente: “A conta é bem simples: poucos pulam, todos pagam, e a liga das escolas de samba lucra com a venda de fantasias, ingressos, camarotes e patrocínios. Aquilo que venho defendendo nos últimos anos é o fim do dinheiro público no carnaval, e que ele seja custeado somente pela iniciativa privada.”, dizia o vereador Davi Esmael.

EDSON NETO PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO PRIVADA LIESGES QUE RECEBE DINHEIRO PÚBLICO

Diante do histórico de Davi Esmael e da força de suas declarações anteriores, o que teria motivado essa mudança? 

Estaria o vereador considerando outros aspectos do financiamento público que antes não via como relevantes, ou o silêncio indica uma postura pragmática, adaptando-se às pressões políticas?

A questão levanta reflexões sobre a complexidade da gestão pública de eventos culturais e sobre o papel de representantes eleitos na fiscalização e gestão dos recursos públicos.

 Em tempos de crise econômica e aumento na pressão sobre os cofres municipais, a decisão de manter ou cortar esses subsídios representa uma escolha difícil, mas de profundo impacto para a cidade.

Essa aparente mudança de convicções também abre margem para uma análise mais profunda do papel dos vereadores nas relações com setores culturais.

Se antes Davi Esmael via o financiamento do carnaval como uma questão de responsabilidade fiscal, sua nova postura, ou falta dela, pode sugerir um interesse em não confrontar setores que têm grande apelo popular. Resta saber se a população de Vitória verá essa postura como um sinal de equilíbrio e diálogo ou como uma concessão que abandona as premissas de um orçamento municipal mais enxuto.

Em um cenário em que o custo de vida e os impostos são temas de grande preocupação para a população, espera-se que figuras públicas como Davi Esmael mantenham um posicionamento claro e firme em relação ao uso dos recursos públicos. Afinal, a clareza e o compromisso com suas bandeiras são pontos centrais para que o vereador mantenha a confiança dos eleitores.