A ESCRITORA QUE DA VEZ E VOZ AS MULHERES NEGRAS NA LITERATURA CAPIXABA

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A escritora Luciana Santos que também é servidora pública,  professora readaptada e colunista, faz da sua rotina diária um ativismo cultural focado na literatura desenvolvida por mulheres negras no ES . Carioca,  divorciada e mãe de dois adolescentes também escritores, Luciana reforça a importância da leitura e da escrita na vida das pessoas como instrumento  de defesa na argumentação e na transformação social . A escritora é moradora da cidade de Vila Velha desde 2001,  tendo Coqueiral de Itaparica  como bairro de acolhimento . Formada em Pedagogia na UFES , Luciana defende a escola pública  como espaço de descolonização e luta antirracista. “É na escola que aprendemos a tolerar com resiliência , conhecer para banir preconceitos , partilhar conquistas e respeitar as diferenças” . A sabedoria é capaz de definir posturas menos radicais e fazer o indivíduo se apropriar das oportunidades que surgem ao longo da vida.

Luciana,  como a maioria das mulheres negras sustenta sua casa sozinha, luta contra doenças que se tornaram  crônicas no seu campo laboral  ( ansiedade, depressão  fibromialgia) e teve que se afastar da sala de aula há  mais de 5 anos após uma cirurgia na coluna. Leva uma vida normal com limitações e se reinventou na literatura. Tem um projeto literário chamado café com o Escritor onde visita as escolas com seu filho mais novo para motivar as crianças na leitura e na escrita, além de mobilizar o uso indiscriminado das bibliotecas . Luciana escreve poemas, crônicas e faz artigos de opinião.  Esse ano ela vai realizar no feriado de 12 a 15 de outubro a I FEIRA LITERÁRIA DA MULHER CAPIXABA em parceria com o Shopping Boulevard e está batalhando por uma Bienal com visão empreendedora  no estado do Espírito Santo.  Sendo proponente do coletivo Tereza de Benguela,  a escritora conseguiu tirar a invisibilidade de outras  escritora negras no mercado literário . Luciana também é membro fundadora da ACCALED Academia Capixaba de Letras da Diversidade onde busca imortalizar escritores e escritoras que fogem do padrão das academias de letras tradicionais. Sua coluna mensal está na revista digital Informe Capixaba,e segue na busca por mais espaços de atividade cultural onde seja possível levar lazer e entretenimento para a população de um modo geral. Luciana acrescenta que a sociedade está doente e  violenta, necessitando de mais apoio do poder público e fomento de literatura. Onde há livros não cabem armas . Um povo que lê se esclarece, se ajuda e protege. Um povo que escreve e faz belos registros deixa legado e se engrandece. #valorizeaescritacapixaba